domingo, 28 de dezembro de 2008

Dia de festa

Dia de festa, querubim, é o dia em que espero para te reencontrar
É o dia em que nos enlaçamos em um forte abraço
Abraço que é colo e mimo, diante dos anos que se passaram
Dia de festa é nos sentirmos lindas, saindo pra dançar
E o mundo é nosso, não porque ninguém nos disse, mas porque disso sabemos.
Pode ser que toque rock, mas se nós gostamos de samba, será samba o ritmo.
Mas não é nas festas que nos divertimos
É nos dias em que saímos e transformamos a vida em festa
É chorar contigo, e só contigo
Porque tu me entendes, e eu a você
É porque somente tu entendes a minha dor
E a sua dor é a minha também.
Dia de festa pode ter gosto de bebida ou sorvete gelado com chocolate
É festa no céu, e em meu coração, porque você está aqui!
Não se espantes, meu lindo querubim, se um dia chorares sem mim
Porque onde estiveres saberás que poderá contar comigo
E eu voarei até tu para lhe soprar palavras que lhe digam o quanto a vida é bela
Porque só nós sabemos o que passamos,
O que vencemos,
O que venceremos,
E é por estar ao seu lado,
Que acredito, ainda,
Que a vida vale a pena.




>> A poesia acima é dedicada ao querubim ( do Hebr. Kerubim, pl. de Kerub s. m., anjo figurado por cabeça de criança com asas, nas obras de pintura ou escultura; por ext. criança encantadora) a minha criança encantadora, Larissa. Nome que vem do grego e que significa alegria. Nada mais distante do que ela poderia irradiar, cada dia que passa, chega e se torna presente em minha vida. Te amo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mais um dia

Esse ano de 2008 foi engraçado. Começou muito bem, pelo menos pra mim, com a formatura de minha melhor amiga e banho de mar. Não esqueço, o dia amanhecendo e Deus abençoando a paisagem, que começava a ficar mais linda. Mar azul, céu claro, sol morninho de sete da manhã... E saímos todos da festa direto para aquela paisagem paradisíaca. E foi um banho de mar de descarrego mesmo, eu sorria, tamanha a paz que eu sentia. Senti muita paz em muitos momentos em 2008. Mas aquela paz que vem com agonia, uma agonia boa da correria do dia-a-dia, aquela luta absurda para sobreviver. Mas ainda não é hora de fazer um balanço sobre o ano, afinal de contas hoje é Natal. Só queria relembrar a sensação boa de estar um tantinho perto de Deus, coisa que não senti hoje, e não sinto agora.
Natal? Eu nem o vi chegar! Mas é, é o que dizem na televisão: lojas lotadas, compras, presentes, viagens, jantares, movimento nas estradas. E não sinto Deus. Não sinto o significado do Natal. Passei pela rua hoje, e quase me indignei com a gritante cena. As pessoas saindo empacotadas das lojas, salões de beleza lotados, cada um com sua preocupação sobre ceia, parentes, coisas a resolver. Do outro lado da rua, uma senhora, cabelos desgrenhados, suja, sentada em uma calçada. A miséria gritava nos olhos dela. E ela tinha uma criança nos braços, igualmente suja. E passava a mão nos cabelos da criança, como se catasse piolhos. Ela mendigava. E eu me senti indigna de estar viva, de reclamar da minha vida. Ninguém olhava pra ela, nem para aquela criança. Nos olhos daquela mulher não existia tristeza. Mas acho que não existia também esperança. Ela estava ali, provavelmente esperando o dia seguinte. E somente.
Eu estou aqui também, em uma situação não tão deprimente, mas diria que ruim, disfarçando a solidão na Internet. Nessa noite, que deve ser especial - reza a lenda - não vejo nada de especial. Minha família inteira está longe, e só pude ouvir risos pelo telefone quando liguei para desejar um Feliz Natal. Meu pai dorme tranqüilo, em mais um dia comum para ele. Minha mãe foi dormir também. Minha irmã assiste especiais de Natal tétricos na TV. E eu estou aqui, em mais um dia como qualquer outro da minha vida. Nossa ceia é sempre no dia seguinte, um almoço em família. Acho que o dia do Natal propriamente dito tem mais vida. Ou talvez estejamos mais dispostos por não passarmos a data acordados até depois da meia-noite. Gosto de não ser padrão,nesse dia. Apenas ser.
E me pergunto, o que é um "Feliz Natal", que todos desejam no dia de hoje? A verdade é que não sei realmente, se é a comida, os presentes ou sei lá mais o quê.Talvez sejam as pessoas que compõem o dia. Mas se bem que tanta gente comenta depois, as presenças inconvenientes da festa, o reino da tolerância e hipocrisia... Mas não generalizarei aqui.
Hoje defino o Natal somente como paz que acolhe. E estar assim, mesmo nem com todos que amo, mas com os meus, a família de todos os dias. Farei uma oração antes da meia-noite e tentarei chegar o mais próximo possível de Deus que eu puder. E pedirei pela minha família, por você que lme lê, e por aquela mulher, com aquela criança nos braços. Cena de todos os dias, como o de hoje.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Todo o sofrimento acabará em breve

Episódio interessante aconteceu comigo hoje, que não poderia de registrar aqui. Como é de costume aos domingos aqui em casa, vamos sempre à igreja pela manhã. Mas hoje não me levantei, não porque não me sentisse disposta, mas talvez porque cansei de sair de casa para ir ter com Deus as minhas angústias, e acabar pedindo mais do que agradecendo. Ou talvez porque eu esteja rebelde mesmo, e não quisesse esboçar a minha falta de paciência para as coisas. Para com Deus? Não sei dizer, talvez, sou filha rebelde às vezes.
Bem, mas o fato é que estava sozinha em casa pela manhã, e sabemos como aquelas visitas dos irmãos evangélicos em casa chegam em horas erradas. Alguns os chamam carinhosamente de " irmãos queima-panela", porque chegam quando tem comida no fogo ou em outros horários impróprios. Não os julgo aqui, porque a missão deles é tão rara e tão difícil! Mas não poderia ser diferente comigo. O interfone tocou e eu estava no banho. Me enrolei em uma toalha e fui ao interfone perguntar quem era. Quando ele começou a falar de Deus para mim, achei que quisesse entrar para pregar, e pensei que isso me custaria muito tempo e um sorriso no rosto que não estava a fim de esboçar - sempre acordo de mau humor. Mas ele me disse que seria breve, e que leria um versículo para mim pelo interfone mesmo. "Poxa, que prático", pensei. E consenti. Ele perguntou meu nome, falou sobre o Evangelho de Lucas e destacou os problemas da atualidade. Me disse que o evangelho previu o acontecimento de todas essas coisas, e disse que neste momento de dificuldade, temos que erguer nossas cabeças diante dos problemas, e aguardar a vinda do Filho do Homem. Que os tempos são difíceis e que vão piorar. E que precisamos pedir muito a Ele, que tudo vê e tudo sabe.
Eu chorei ouvindo tudo. Porque no dia em que me recusei em ir ver Deus, Ele veio até mim. E não veio como sopro, como inspiração, mas veio através de um irmão de carne e osso me dizer Suas palavras. Dizer que me ouve e que me vê. Deus veio até mim, literalmente.
Fabrício, o nome do intercessor das sábias palavras. Agradeci a pregação, desejei-lhe um bom dia e ele se foi, cumprindo sua missão de levar essa presença de Deus materializada.
Além das palavras, Fabrício me deixou também um panfleto na minha caixa de correio, com os dizeres que são título desse post: "Todo o sofrimento acabará em breve". Espero que sim, e para todos nós.
Mas como evangelização é tarefa de levar a mensagem de Deus ao próximo, deixarei aqui o versículo que Fabrício leu para mim. A íntegra pode ser encontrada em Lucas, capítulo 21. O versículo lido para mim foi o 28, que está destacado em itálico.
Espero que da mesma forma que Deus chegou para mim, possa chegar até o coração de cada um de vocês que me lêem agora.


Volta do Filho do Homem

"Haverá sinais no sol, na lua, e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dê-me a prova!

Engraçado como o ser humano precisa de provas para constatar as coisas. E isso deve ter registros mais antigos que relato bíblico, como quando São Tomé afirmou só crer em Jesus Cristo a partir do momento em que o visse. E eis que Cristo veio à tona, e assim fazemos nós, na lida cotidiana, para garantir nosso espaço, ou simplesmente para provarmos que somos capazes.
Difícil entender o que eu digo? Explico. Não basta você dizer que tem um diploma, é profissional, atuou nesta ou naquela área, tem materiais disso ou daquilo. Ninguém acredita em você. Ou sequer ler o que você escreve. Ou nem olha o seu currículo. Daí te chamam para um trabalho e você atua - e se dá bem, simplesmente porque é bom, porque sabe o que está fazendo, porque se esforçou, ou pelo conjunto de tudo isso. Ponto pra você, está aí a prova. Antes disso? Nem tente argumentar.
Se você diz que escreve, ninguém acredita em você, a não ser que crie um blog, ou publique algo impresso de grande ou média circulação.
Você diz que canta? Ha ha, te têm como um cantor de banheiro de quinta. Aí precisa que você arranhe a garganta em público ou as cordas do violão. Antes disso? Não, não. Vamos chamar fulano que todo dia está naquele barzinho ponta de esquina mais bebendo do que cantando algo. O violão e as palmas dos semi-bêbadoscurtindoqualquercoisa ajudam a maquiar as notas não alcançadas.
"Ah é, você atua? Não sabia..." É o primeiro comentário. Em seguida, fulano sai com o sorriso no canto da boca e comenta com beltrano a pérola: "diz ele que é ator! hahaha" E a boca só se cala ao assistir um primeiro espetáculo ou quando o pobre ator desacreditado ganha fama nacional: "Meu amigão ali, poxa... batíamos altas resenhas juntos. Excelente ator!"
Você é fotógrafo? Fez vários cursos e especializações? Quem se importa? "Todo mundo que tem uma câmera digital é fotógrafo", é o primeiro comentário.
Bem, não podemos descartar os "garganteiros" de plantão, que mais falam do que fazem. Mas se olharmos bem, os que mais falam do que fazem são pobres coitados tentando se auto-afirmar, daquele tipo de pessoa que se auto-elogia diversas vezes ao dia e dorme pensando nas próximas estratégias para chamar atenção no dia seguinte.
Mas se a música pede uma dança - não, não sou dançarina profissional, arrisco passos ao som de cantores pop internacionais brincando na frente do espelho - a gente tem que saber dançar.
Então não estranhe se me vir por aí com cara de poucos amigos tentando mostrar a que vim. Ganha a lei do mercado. Só se acredita vendo, infelizmente. Bons mesmo são aqueles que chegam lá, e dão a prova. Por mais difícil que isso seja de engolir.

sábado, 29 de novembro de 2008

MEME

Retribuindo ao Meme (atrasadíssimo, rs) da amiga Linny, aí vão as regrinhas primeiro:

-Escrever uma lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir pra terra de pés juntos;
- Convidar 8 blogueiros amigos para responder também;
- Comentar no blog de quem nos convidou;
- Comentar nos blogs dos nossos convidados para que saibam da "convocação";
- Mencionar as regras.

Então, seguem as oito coisas que sonho fazer em vida... (olha que tem mais, sempre aparece mais coisa...):


* Primeiro, me estabilizar enquanto profissional no mercado de trabalho. Acho que no momento é a prioridade da minha vida. Passar em um concurso na minha área seria o ideal. Jornalista ganhando bem em uma grande empresa? Nossa, eu chamaria isso de contrariar qualquer lógica da vida. Sonhar não custa nada.

* Segundo, estudar. Estudar, estudar e estudar. Morreria de depressão se me mantivesse com o cérebro sem atividade. Quero concluir mais uns dois cursos de línguas, de preferência o espanhol e o francês (pra completar a tríade básica: inglês, espanhol, francês). Quero fazer uma ou mais pós-graduações, cursos de especialização (algo na área de cultura, de preferência cinema) e ainda quem sabe, um mestrado.

* Terceiro, encontrar "aquele" tal par. Enfim, aquela idealização que todos têm em encontrar o amor da vida toda. Ou pelo menos de boa parte dela. Alguém com gana pra vencer, alguém com quem partilhar os sonhos sempre, e conquistar tudo juntos. A idéia é essa: dois têm mais força que um. Crescer. Casar? Quem sabe...

* Quarto, ter filhos. Essa é básica, meio careta até... rs. Mas é isso. Acho que uma mulher só é plena após desfrutar da sua vantagem sobre os homens de poder conceber. Às vezes eu até me revolto com o mundo e penso se deveria trazer pro mundo um ser, diante dessa confusão toda que se encontra aqui, uma realidade tão sufocada por crises. Mas ter um filho é ter também um amor desses de matar ou morrer... Quero poder sentir e partilhar isso um dia.

* Quinto, fazer aulas de música e até, quem sabe, trabalhar com isso. Amo cantar e não sei porque ainda não busquei aprimorar nada. Confesso que tenho algumas composições que davam música...rsrs É um plano.

* Sexto, escrever um livro. Ainda não sei ao certo sobre o quê, se poesia ou se prosa, se ficção ou realidade, mas acho que tenho algo a contar. E mesmo se não tiver, vou escrever. Ah, você não vai comprar? Tudo bem, eu te perdôo. hahaha

* Sétimo. Fazer um curso de teatro, me dedicar a isso com fervor. Adoro a área, me identifico, e até me classificaria como uma atriz na vida. E quem não é um pouco, não é? Todos nós atuamos, pra sobreviver, para modificar, para crescer, para maquiar...

* Oitavo, último e não menos importante. Viajar muito. Conhecer outros países, outras culturas. Viajar pelo Brasil também, como não? Buscar a essência de cada lugarzinho... Descobrir, desbravar, sentir a história colocando os pés em cada lugar.

It´s all folks! hahaha Agora, segue a minha lista. Olha, como tenho amigos em comum com outros blogueiros, vou repetir algumas indicações, até para cobrar esse MEME que muitos não atualizaram. Segue.


Tuts
Thiago
Patty
Débora
Pedro
Talita
Chuchu

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E quando acaba a química?

Cansei de poesias, partirei desta vez para a prosa por aqui.Até porque participo com este post de um pacto, um acordo entre dois amigos enquanto conversávamos sobre relacionamentos. Cada um ficou de tecer um comentário sobre o tema,concordando que renderia um bom post para um blog. Como vi que meu amigo Paulo Anderson saiu na frente, vim logo escrever o meu também, antes mesmo de ler o dele, para não influenciar nos meus comentários. Eis que segue.


Bem, pra começar a escrever esse texto em uma noite chuvosa e sem uma costela do lado, eu precisaria estar ouvindo a trilha sonora correta para o assunto.E nada melhor do que ouvir Alanis Morissette para falar sobre relacionamentos, afinal, é ela a intérprete das músicas sobre pessoas que não deram certo, dor-de-cotovelos e afins... hahaha Tadinha dela, né? Ou de todos nós que andamos por aí buscando a "química " certa? Pensemos...

Como é que se começa um relacionamento? Bem, tudo começa com a existência de duas pessoas (homem e mulher, ou homem e homem, ou mulher e mulher... afinal, gosto é gosto e ponto!). E depois com olhares. E depois talvez nem precise mais nada, pode ser que o olhar daquela pessoa tenha te encantado por todo o resto, e você tenha preferido se atracar em um beijo molhado de carnaval. Molhado porque chovia,deixo claro, porque baba é uma coisa incômoda e o relacionamento não sairia dali. Ou talvez sairia, vai entender a química da baba? rsrs...
Comédia à parte, talvez ali se estabeleça uma química. Ou você acha que está estabelecida, porque trocaram telefones, a conversa foi ótima e dali tudo emplacou. Mas um relacionamento tem lá as suas disciplinas. E o dia-a-dia mostra que nem só de química e física vive um casal. História é bacana, porque acho que a chama se apaga, mas história sempre fica. Geografia é complicado, porque se falarmos de distância geográfica,nem sempre funciona. Filosofia é difícil, nem sempre encontramos no outro uma filosofia de vida compatível. Mas nada que o bom senso e um pouquinho de respeito estabeleçam um laço firme.
Mas a maldita química me intriga. A física não, porque é fácil para o corpo humano responder a estímulos. Mas a química... por que acaba? Onde acaba e ninguém se dá conta? Por que evapora assim, como acetona? E você pensa, pensa, e tenta encontrar um erro pra um relacionamento não dar certo. Primeiro acha que não se mostrou o suficiente. Depois acha que a química acabou por causa daquele seu defeitinho físico que você odeia e que deve ter incomodado o outro também. Depois pensa que a culpa não é sua,mas de outra pessoa mais bonita, ou mais inteligente, ou mais qualquer coisa, que chamou a atenção do outro. Ou você se pergunta porque se acha na condição de estar vivendo uma amizade colorida...
A matemática não explica a falta da química, ou então acho que perdi essa aula na escola. Eu ainda prefiro a matemática da amizade: um mais um, mais um, e cada dia cabe mais dentro do coração. Só os melhores. E ai se a química da amizade fosse tão fácil de explicar quanto a dos relacionamentos.
E quando acaba a química? Não achará a resposta na lógica da matemática. Talvez na sábia lógica do tempo, que trabalha mudo para que você encontre a química eterna esbarrando em um amor potencial em um ponto de ônibus. Ou talvez você vague a vida inteira pensando que não achou a tal química, e acabe em um sofá,sozinho, assistindo a "receita do amor completo" em uma comédia romântica americana, sonhando em se casar com o Orlando Bloom ou a Cameron Diaz.
Como adoro surpresas, prefiro que o tempo me surpreenda depois de me apaixonar mais um dia por um olhar em um súbito ataque de paixão anônima instantânea. Daquelas que você nunca viu determinada pessoa, mas bastou um único olhar para jamais esquecê-la.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sem.

Gosto de sabores fortes.
Do amargo do café ao cítrico do maracujá.
De declarações públicas de amor e demonstrações de afeto.
De ligações extensas mesmo que acabe o papo.
De mensagens no celular de madrugada.
De fortes abraços e apertos de mão.
De beijo colado, sentido na face.
Sem beijos de brisa.
Tudo pra mim necessita ser forte e intenso.
A vida tem um prazo,
curto é o tempo.
Indigno pra mim é quem passa suas emoções à meia boca.
Porque talvez, não ame, não sinta, não saiba
Porque talvez viva a vida sem saber a parte que lhe cabe
Porque correu tão pouco, faltou-lhe o ar e por ali mesmo recostou
Porque só gosta de sombra e água fresca e falta-lhe tato.
Porque não sabe a que veio, e não olha para os lados.
Que arrepio me percorre o corpo ao saber
Que existem esses seres sem, por aí
Sem definição.
Insossos como sabor de chuchu
E nuvem, será que gosto tem?
Será doce como algodão doce de infância
Ou por ser sem cor, será sem sabor?
Gosto de olho no olho
Nem sempre gosto das palavras, prefiro o silêncio
Às vezes sentimentos falam melhor no mudo.
Gosto de cartas, confissões, desabafos
Gosto de sentir que você está aqui,
Que bebe o ardor da vida como eu em taças que cheias me embriagam
Mas antes embriagado do vapor de todo esse sufoco que sinto,
Por sentir demais
Do que parar, pensar e me ver assim como você,
Sem, na vida.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Nos braços do Pai

Foi assim, tomando consciência da minha pequenez
Que após cair várias vezes, sem saber por quê,
Fui me recolher nos braços Daquele que tudo entende.
Foi quando olhei para mim e não consegui suportar o peso que me caía aos ombros
Foi quando chorei, chorei e a dor não quis passar
Foi quando parei para refletir sobre o que Ele queria de mim
Que Ele me afagou em Seus braços e aplacou a minha angústia.
Ele sabe, sou filho teimoso
Ele me vê, sou filho rancoroso às vezes
Ele me perdoa, quando durmo sem orar porque estava com sono
Ele não precisa que eu reze para saber sobre mim
Mas eu preciso me curvar em oração porque sou filho indefeso.
Foi quando as portas e as janelas se fecharam,
Quando o mundo exigia de mim paciência
Quando tudo parecia perdido
Que me descobri como criança com olhos de véu
Pequeno, frágil e tão dependente
Nada do que eu achava, auto-suficiente
Que o Pai caridoso
Me pôs no colo, aplacou meu choro,
Me embalou em nuvens e eu dormi em paz.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Canção Triste

Concede-me a honra desta dança
Nobre cavalheiro do coração puro
Valsa comigo neste salão escuro
Onde sou inocente criança
De mãos vazias e coração frio
Acenda a luz
Ouça a música
Desliza seus passos
Conduza-me para onde não quero ir
Porque tenho medo de sorrir
Porque vivo a chorar
Ali, no desespero da noite sem estrelas
Quando o verde esperança não brota mais dos meus olhos
Porque passo a noite em claro
E escuto os passarinhos anunciando novo dia...
Vaga comigo em um rio de águas claras
Deixa eu ser poesia e você a canção desta melodia
Melodia doce para os ouvidos cansados
Cansados como eu, sentada no escuro
Com a mão pendida
Esperando o cavalheiro de coração puro
Segurar a minha mão
No compasso desta triste canção, vazia.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Desfaçatez

Finjo que não ouço
Finjo que não sei
Finjo que não leio
Finjo que não quero
Finjo que perdôo
Finjo que me calo
Finjo que não clamo
Finjo mergulhar...
No mundo onde os pés pisam em brasas
Onde a minha dor não é a sua
Onde o seu problema não é meu
Onde a paciência esgotou
Onde prevalece o tráfico de ilusões
A dor da impossibilidade de escolha
O tédio do fracasso
O cansaço do mesmo
A convivência aborrecida
A obrigação no lugar do prazer
A inconstância dos seres,
Finjo, apenas finjo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Do incerto

Busquei alguma constância na inconstância dos meus dias
Raciocinei com meus sentimentos, briguei com todos eles
Calculei o que faria com meus dias
Exigi respostas
Imaginei como deveria acontecer
Caí, quando precisava estar em pé
Me enganei, quando achei que me conhecia
Levantei, quando achei que não reunia forças
Reconheci
Meus erros, pela fraqueza de ser, humano
Pensei, repensei, refleti
Concluí
Que cansei de pensar,
De esperar,
De idealizar,
De me consumir,
De chorar,
De mentir pra mim
Decidi
Sonhar,
Esperar,
Esquecer o calendário,
O relógio,
A cobrança,
A mágoa,
A ferida.
Para não me reconhecer mais no espelho com o rancor
Dos que estão perdidos
Na incerteza
Do dia seguinte que nunca foi meu.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Do céu vermelho

Só Deus sabe o quanto me faz bem uma sessão de cinema. E pode ser besteirol, uma comédia, um drama carregado... o interessante é despertar, sei lá, sair dessa dimensão próxima e partir para um novo cenário, novos personagens, roteiros desconhecidos, imagens, pensamentos tantos. Porque nem só de Amélie vive essa quase cinéfila que vos fala. A intenção aqui não é a de construir uma crítica de cinema (isso eu deixo para meu amigo Rafa em seu blog Moviola Digital). Apesar de adorar mergulhar no mundo da crítica, resolvi construir uma pequena poesia, um esboço do meu olhar para o filme Vermelho Como o Céu ( Rosso Como Il Cielo, Itália, 2006). As críticas deixemos para um bom bate papo, que pode ser em um bar, em um encontro ao acaso, via msn ou como acharem melhor. Aos que não assistiram, fica a indicação.





Uma vez no escuro passei a enxergar com o tato

Descobri a fundo, a cor que pode ser o mundo

Como é o azul, o verde, o amarelo?

Qual a cor que escolheste pra ser sua?

O valor de cada som

A chuva que é música

O sol que queima a pele

Posso sentir

A brisa silenciosa em meu rosto

Seus dedos em minha face

O torpor que me provoca sua doce declaração de amor

No escuro, serão dois cegos?

Engana-se quem pensa que não existe luz

Nos olhos enevoados dos que vêem mais do que todos nós.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Surpreendido



O celular que toca na madrugada vazia

A lua cheia no céu, linda

O olhar embriagado de tantos sentimentos

A rosa vermelha

O tempo, curioso tempo

A imposição dos costumes

As cartas de amor

O segredo

A espera

Um ponto de interrogação

Os risos, milhares deles

O pedido de desculpas

O inesperado, calado, desperto, desejado

O beijo de chegada

O adeus da despedida

A comemoração

Os amigos

A vontade

O mistério

O incerto

A sorte

Os anjos

A música

Os capítulos inacabados de um autor sábio

Que acorda, me olha, te olha

Se inspira

E misteriosamente, surpreende...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Das coisas simples


E também das coisas fúteis,por que não? Hoje quero falar sobre as pequenas coisas que dão sentido maior à nossas vidas. Sobre aquele dia em que você não deu nada quando ele começou e resolveu passar na casa de um amigo pra bater um papo. E saiu de lá renovado. Sobre uma boa ação do dia, como dar o endereço de uma rua a alguém que estava perdido. Sobre retribuir um sorriso a um desconhecido. Sobre cantar sua música favorita debaixo do chuveiro enquanto toma banho. Ou sobre aquela mensagem que chega inesperada em seu celular e te surpreende... Eu conversava com um amigo que está distante geograficamente, fisicamente, mas não sentimentalmente falando, rsrs, e me veio a idéia deste post quando falávamos exatamente dessas coisas simples. De como elas interferem na nossa felicidade, ou nos proporciona momentos de alegria. Alguns até taxariam esses "pequenos prazeres" cotidianos de coisas inúteis ou fúteis, mas quem sabe a diferença de coisas simples na vida da gente sabe muito bem do que estou falando. E eu incluiria até a tecnologia nessas coisas simples. Nossa, o msn é a minha ferramenta mais que especial para bater esse papo renovador com os amigos. Ou não, podemos conversar sobre coisas inúteis e racharmos de rir do mesmo jeito, por que não? Detalhes que fazem toda a diferença.

É por isso que declaro sempre o meu amor ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, do diretor Jean-Pierre Jeunet, porque ele fala exatamente desses pequenos prazeres. De como não somos estranhos por querer realizá-los, simplesmente, porque gostamos. São poucos os que admitem os seus pequenos prazeres, ou pecadinhos, por que não denominá-los assim?

Proponho a vocês um exercício aqui. Vamos citar coisas simples que nos fazem bem? Eu começo: gosto de cantar bem alto em casa com o som mais alto ainda quando estou sozinha. Gosto também de andar em um ônibus que dá mil voltas até chegar em minha casa com o mp4 no ouvido, ouvindo as canções, pensando em mil coisas e em nada, e olhando a paisagem. Gosto de deitar no chão do quintal daqui de casa (quando há tempo pra isso! rsrs) e tomar sol olhando o céu. Gosto de falar besteiras com amigos e com a família e dar altas risadas. Gosto de assistir a filmes de madrugada, e ir dormir pensando neles. Gosto de andar a pé e sozinha quando não tenho nenhum compromisso, sem hora pra chegar. Gosto de olhar nos olhos dos outros, de cumprimentar pessoas, e de distribuir sorrisos e ser correspondida. Não é só. Mas paro por aqui, só por hoje. Ah, mais um pequeno prazer: escrever, mas só quando me dá vontade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

E eu finjo ter paciência...






Já pararam pra pensar quantas coisas na vida nos exigem um esforço raro de paciência? Com o chefe chato no trabalho, com os problemas que insistem em crescer, com a espera incansável por um grande amor, a luta constante por um trabalho, um dia especial que demora de chegar, uma pessoa que está longe e que você morre de saudade... a vida é um exercício de paciência.
A música de Lenine traduz muito bem a angústia dos nossos dias e a procura imediata que temos por tudo. Queremos tudo, e queremos pra ontem. Às vezes eu mesma me pego assim, querendo entregar os pontos quando a ansiedade fala mais alto que a solução para os problemas. E quando pedimos conselho a um amigo, sempre escutamos a velha frase: "paciência, tudo vai dar certo". Mas nessa loucura de um "formidável mundo cão", como diria a música do Jay Vaquer, às vezes é impossível ir contra a esse sentimento de pressa. E digo isso porque o tempo todo lutamos contra o tempo, para dar conta de terminar um trabalho, para chegar pontualmente a um compromisso, para entregar um filme alugado... exigimos do mundo a solução para os nossos problemas com a mesma intensidade que ele exige de nós.
E voltando à música do Lenine, "Será que temos esse tempo pra perder, e quem quer saber: a vida é tão rara..." A única solução possível para o incansável exercício da paciência é ainda sermos surpreendidos pelas surpresas do que não esperamos, a alegria do encontro ao acaso, o papo legal em um ponto de ônibus com um desconhecido, a risada fora de hora, a espera por um longo abraço... deixemos a impaciência para tudo aquilo que não podemos intervir. Para todas as outras coisas, um pouco do acaso. Afinal, a vida é tão rara... e não pára, não.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Estaremos nós na era do amor?


Eis a pergunta em que me faço todos os dias. Não sei se parei para observar melhor o cotidiano à minha volta, mas não, tenho certeza: estamos na era do amor. Era pra eu mudar de tema aqui neste blog, para que não comecem a pensar que só tenho um assunto, mas a verdade é que faz tempo que estou para escrever isto. É só andar nas ruas. São milhares de casais, de todas as idades, tipos e gêneros. Os que combinam, os que parecem até irmãos, os pré-adolescentes amando ( aquela Pé de Sorvete é paraíso para as crianças de doze anos!), os que não combinam, até os que assustam... rsrs Chega quase a ser lindo. Você anda nas ruas e se contamina pelo clima "love" no ar. Casais que se despedem, casais que chegam, casais que se amam, outros nem tanto...
Não sei se posso resumir o que vejo nas ruas à amor. Afinal, este é desgastado em segundos, coitado, saindo das bocas em vão como os blasfêmios que esbravejam aos quatro ventos! Mas é interessante este misto de sentimentos que vêm e vão: desejo, paixão, aventura, convenção ( aquele "velho" amor por interesse, se é que me entendem...) e amor, por que não?
Às vezes é até bonitinho. Outras vezes dá asco. Não me sinto à vontade com essas maneiras padronizadas de agir. Amor tem que ser original! Mas sempre soa piegas... e eis que você está ali, com seu coração dormindo cansado, amarrotado, indo e vindo, enchendo a cara de rugas com preocupações tantas, até amargo pra vida...até que um dia você abre mais uma página do orkut, lê uma frase, e aquilo te soa com tanta convicção a ponto de ter até uma simpatia com a legenda do casal: "Até quem me vê, lendo jornal, na fila do pão, sabe que eu te encontrei."
Enfim, amar pode ser piegas. Desde que seja original para quem está tendo ( ao menos o par muda, isto é original! rsrs), tem pra todos os gostos. Com direito à erro de ortografia gritante ( e brochante! rs), música de Vitor e Léo, apelidinhos toscos, poesias copiadas a la CTRL C, CTRL V e depoimentos no orkut que preenchem páginas com dizeres abomináveis como: " O topo é meu, meu denguinho" kkkkkkk. Em meio a tanta pieguice, podemos concordar com uma coisa: o amor é o mais democrático dos sentimentos.

domingo, 28 de setembro de 2008

Mais uma vez, de volta.

Retornando mais uma vez com um blog. Terapia, obra do acaso, nada pra fazer? Não sei ao certo. Talvez uma forma de passar por mais uma fase. Um espaço, pro desabafo, pro caos, pro aconchego. Deixo mais um dos meus rabiscos soltos, em um dia em que deu vontade de dizer algo.





Não pertenço mais a mim
Mas também, enfim, nunca fui de ninguém
Como planta que nasce em lugar errado,
Assim sou eu.
Não sou deste tempo, nem de outro
Independente de tempo há amor, isto é fato.
E foi caminhando, solitário
Que me peguei com o coração apertado
E fugi, me escondi
Relutei com a solidão, a dor, o pecado
Chorei nas sombras dos que amam sozinhos.
Voltei, sofrendo calado
Tortura, são os meus pensamentos
Mudo aqui, ou em qualquer lugar
Ninguém me lê, ou percebe meu conflito
E eis que me deixo assim, acanhado
Como amante adolescente,
Olho-te de longe, e amo, cansado.