quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Do céu vermelho

Só Deus sabe o quanto me faz bem uma sessão de cinema. E pode ser besteirol, uma comédia, um drama carregado... o interessante é despertar, sei lá, sair dessa dimensão próxima e partir para um novo cenário, novos personagens, roteiros desconhecidos, imagens, pensamentos tantos. Porque nem só de Amélie vive essa quase cinéfila que vos fala. A intenção aqui não é a de construir uma crítica de cinema (isso eu deixo para meu amigo Rafa em seu blog Moviola Digital). Apesar de adorar mergulhar no mundo da crítica, resolvi construir uma pequena poesia, um esboço do meu olhar para o filme Vermelho Como o Céu ( Rosso Como Il Cielo, Itália, 2006). As críticas deixemos para um bom bate papo, que pode ser em um bar, em um encontro ao acaso, via msn ou como acharem melhor. Aos que não assistiram, fica a indicação.





Uma vez no escuro passei a enxergar com o tato

Descobri a fundo, a cor que pode ser o mundo

Como é o azul, o verde, o amarelo?

Qual a cor que escolheste pra ser sua?

O valor de cada som

A chuva que é música

O sol que queima a pele

Posso sentir

A brisa silenciosa em meu rosto

Seus dedos em minha face

O torpor que me provoca sua doce declaração de amor

No escuro, serão dois cegos?

Engana-se quem pensa que não existe luz

Nos olhos enevoados dos que vêem mais do que todos nós.

Um comentário:

Unknown disse...

Sintetizou bem a mágica do filme na poesia. "Será no escuro dois cegos?" Perfeita esta cena, não? Magicamente perfeita. Um diálogo com poucas palavras que sintetizam bem três coisas: Luz, escuro e simplicadade. O terceiro lado deste triângulo (simplicidade) que dá tudo isto a este filme. Melhor ainda a descrição das cores.
Qual cor a minha? O verde, único e belíssimo da esperança (aqui como objeto).

Gostei mesmo do texto!