terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sem.

Gosto de sabores fortes.
Do amargo do café ao cítrico do maracujá.
De declarações públicas de amor e demonstrações de afeto.
De ligações extensas mesmo que acabe o papo.
De mensagens no celular de madrugada.
De fortes abraços e apertos de mão.
De beijo colado, sentido na face.
Sem beijos de brisa.
Tudo pra mim necessita ser forte e intenso.
A vida tem um prazo,
curto é o tempo.
Indigno pra mim é quem passa suas emoções à meia boca.
Porque talvez, não ame, não sinta, não saiba
Porque talvez viva a vida sem saber a parte que lhe cabe
Porque correu tão pouco, faltou-lhe o ar e por ali mesmo recostou
Porque só gosta de sombra e água fresca e falta-lhe tato.
Porque não sabe a que veio, e não olha para os lados.
Que arrepio me percorre o corpo ao saber
Que existem esses seres sem, por aí
Sem definição.
Insossos como sabor de chuchu
E nuvem, será que gosto tem?
Será doce como algodão doce de infância
Ou por ser sem cor, será sem sabor?
Gosto de olho no olho
Nem sempre gosto das palavras, prefiro o silêncio
Às vezes sentimentos falam melhor no mudo.
Gosto de cartas, confissões, desabafos
Gosto de sentir que você está aqui,
Que bebe o ardor da vida como eu em taças que cheias me embriagam
Mas antes embriagado do vapor de todo esse sufoco que sinto,
Por sentir demais
Do que parar, pensar e me ver assim como você,
Sem, na vida.

2 comentários:

Rafael Carvalho disse...

Ei Indhy, sabe que eu sempre venho aqui, mas pouco comento. Tenho gostado muito de seus textos, é uma delícia passar por aqui, de verdade. Adorei o texto inspirado pelo filme que a gente viu. Bjs!!!

Thiago disse...

Escritora de mão xeíssima!!!! Cada texto q vc tem feito, tem saído melhor q o anterior. Escreve demais Ind!! Parabéns, de novo!!

Bjo!!