sábado, 29 de maio de 2010

Lua

Tudo isso era a lua, nua, sorrindo pra mim.
Estampada na noite negra,
Prateada e graciosa,
Cheiro de alecrim.
Seu clarão entrava pela minha janela,
E era nela onde minh´alma cabia.
Não bastasse nua e linda,
Era ainda minha, só minha.
Por um momento achei que dançasse,
Majestosa,
Cheia,
Provocando em mim sentimentos tantos,
Um misto entre mim e lua
Não sei quem gritava - ou mudava de humor.
Não sei de qual corpo exalava luxúria,
Não sei em quem, por um instante,
Havia uma lacuna.
Tudo isso era eu ou ela, ou um misto,
Na velocidade da luz,
No clarão da janela,
Tudo isso era culpa dela,
Só ela,
Que entrava pela minha janela,
Suntuosa,
Que me despia e vestia,
E enxugava meu pranto.