quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E quando acaba a química?

Cansei de poesias, partirei desta vez para a prosa por aqui.Até porque participo com este post de um pacto, um acordo entre dois amigos enquanto conversávamos sobre relacionamentos. Cada um ficou de tecer um comentário sobre o tema,concordando que renderia um bom post para um blog. Como vi que meu amigo Paulo Anderson saiu na frente, vim logo escrever o meu também, antes mesmo de ler o dele, para não influenciar nos meus comentários. Eis que segue.


Bem, pra começar a escrever esse texto em uma noite chuvosa e sem uma costela do lado, eu precisaria estar ouvindo a trilha sonora correta para o assunto.E nada melhor do que ouvir Alanis Morissette para falar sobre relacionamentos, afinal, é ela a intérprete das músicas sobre pessoas que não deram certo, dor-de-cotovelos e afins... hahaha Tadinha dela, né? Ou de todos nós que andamos por aí buscando a "química " certa? Pensemos...

Como é que se começa um relacionamento? Bem, tudo começa com a existência de duas pessoas (homem e mulher, ou homem e homem, ou mulher e mulher... afinal, gosto é gosto e ponto!). E depois com olhares. E depois talvez nem precise mais nada, pode ser que o olhar daquela pessoa tenha te encantado por todo o resto, e você tenha preferido se atracar em um beijo molhado de carnaval. Molhado porque chovia,deixo claro, porque baba é uma coisa incômoda e o relacionamento não sairia dali. Ou talvez sairia, vai entender a química da baba? rsrs...
Comédia à parte, talvez ali se estabeleça uma química. Ou você acha que está estabelecida, porque trocaram telefones, a conversa foi ótima e dali tudo emplacou. Mas um relacionamento tem lá as suas disciplinas. E o dia-a-dia mostra que nem só de química e física vive um casal. História é bacana, porque acho que a chama se apaga, mas história sempre fica. Geografia é complicado, porque se falarmos de distância geográfica,nem sempre funciona. Filosofia é difícil, nem sempre encontramos no outro uma filosofia de vida compatível. Mas nada que o bom senso e um pouquinho de respeito estabeleçam um laço firme.
Mas a maldita química me intriga. A física não, porque é fácil para o corpo humano responder a estímulos. Mas a química... por que acaba? Onde acaba e ninguém se dá conta? Por que evapora assim, como acetona? E você pensa, pensa, e tenta encontrar um erro pra um relacionamento não dar certo. Primeiro acha que não se mostrou o suficiente. Depois acha que a química acabou por causa daquele seu defeitinho físico que você odeia e que deve ter incomodado o outro também. Depois pensa que a culpa não é sua,mas de outra pessoa mais bonita, ou mais inteligente, ou mais qualquer coisa, que chamou a atenção do outro. Ou você se pergunta porque se acha na condição de estar vivendo uma amizade colorida...
A matemática não explica a falta da química, ou então acho que perdi essa aula na escola. Eu ainda prefiro a matemática da amizade: um mais um, mais um, e cada dia cabe mais dentro do coração. Só os melhores. E ai se a química da amizade fosse tão fácil de explicar quanto a dos relacionamentos.
E quando acaba a química? Não achará a resposta na lógica da matemática. Talvez na sábia lógica do tempo, que trabalha mudo para que você encontre a química eterna esbarrando em um amor potencial em um ponto de ônibus. Ou talvez você vague a vida inteira pensando que não achou a tal química, e acabe em um sofá,sozinho, assistindo a "receita do amor completo" em uma comédia romântica americana, sonhando em se casar com o Orlando Bloom ou a Cameron Diaz.
Como adoro surpresas, prefiro que o tempo me surpreenda depois de me apaixonar mais um dia por um olhar em um súbito ataque de paixão anônima instantânea. Daquelas que você nunca viu determinada pessoa, mas bastou um único olhar para jamais esquecê-la.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bem, antes de tecer qualquer comentário sobre o tema (que também me intriga muito) gostaria de elogiar aqui a grande, e cada dia melhor, escritora que minha amiga Indhira tem se tornado. As palavras fluem cada vez mais suavez, como uma combinação de brisas literárias, raras e refrescantes em uma tarde quente de verão (apesar de no caso da nossa autora, ser uma fria noite chuvosa). Mas, bem, entremos no tema.
Acredito que a química, assim como a física,são as primeiras "ciências" de um relacionamento. Digo primeiras, porque apesar de uma proximidade íntima, corporal, resultante dessa atração entre os corpos e combinações bioquímicas de beijos e salivas, ainda não se chegou no segundo estágio, e essencial de um relacionamento: a intimidade pessoal. É daí que se começa a "história", como bem citou Indhira. É daí que se inicia a "geografia", pois pode-se partir para algo mais sério, como o "morar juntos", ou mais triste, como a separação. Porém, apesar das ciências, lógicas, racionais e exatas em suas concepções servirem bem como metáforas para explicar o "amor", não há nada mais "ilógico" e "irracional" como o tal. Não dá para furgir a esse fato. Quando você pensa aqui, analisa, se descabela, queima a mufa para tentar entender o que acontece, o porque vocês não deram certo, nada conseguirá explicar essa questão. Quando o assunto é amor, nem os mais geniais dos humanos conseguem decifrar os seus códigos.
Porém como eu tenho uma certa necessidade de tentar responder a tudo logicamente, gostaria de mostrar aos rapazes desse meu Brasil uma simples equação matemática.
Meninos, 1+1 = 2, nunca = 3. Por isso, sejam mais fiéis, ou então não reclamem quando forem diminuídos dessa equação.

Débora

Detalhes de mim... disse...

Indhy gostei do seu texto e o de Paulo também ficou muito bom. huahuahua bjo!

P.A. disse...

Eta assuntinho intrigante esse, viu...

Relacionamentos à base de quimicas, matemáticas, filosofias...

Será que alguem um dia vai encontrar a formula do amor? Ou saber cientificamente como ele funciona? Será que alguem ousaria desvendar esse mistério tão gostoso de se viver!?

O melhor mesmo é deixarmos que o tempo, sem disciplina alguma, em seus mais profundos designios, nos traga a surpresa de um bem-querer...

E sim... embora poucos acreditem nisso, há romantismo em mim... kkkk...

Belo Texto, amiguinha... acho que podemos combinar temas mais vezes... kkk.. gostei da experiencia...

bjoz!!!!

Anônimo disse...

Só corrigindo um errinho meu de digitação... é "suaves" não suavez.
hahuahauahau

Débora