domingo, 19 de julho de 2009

Bailarina

Bailarina, menina
Qual seria o destino do pó que sai dos seus pés ao dançar?
No palco do teatro, ela é pura comoção, isso é fato.
No palco da vida, sem sua sapatilha,
Não há música, destino,nem certeira felicidade.

Há tempos procura o que não quer ser procurado.
Há dias em que passa perto da loucura.
Tem acessos de ódio e dias de cansaço.
Há dias em que é estranha e sozinha criatura.

Quem perdeu o bibelô, esta bailarina?
Que é tão mulher no seu afazer, e pobre criança fora dos palcos?
Que falta pra ela, doce criatura do olhar cansado?
É que não consegue mais pensar em futilidades.
Chega em casa depois de tanto dançar seu triste fardo,
e dorme serena, sem pensar no amanhã.

E no amanhecer de um dia de sol azul e sem nuvem,
Esquece os temores da noite.
Põe a música assim, a dançar
Bailarina, menina, com seus movimentos de luz
Esqueceste o quão boa pode ser a vida
Dos dias do sol quente lhe queimando a pele
Mesmo que não cicatrize a ferida,
ali, no palco da vida,
Com suas dores invisíveis,
Deixa voar o pó das sapatilhas.

5 comentários:

Detalhes de mim... disse...

Nossa indhy me identifiquei tanto com seu poema...tô numa fase assim...lindo...bjuss

Fisk SAJ disse...

Lindo Indhy!! Tem dias que sou como sua bailarina...beijao e saudades

Antonio Brás Constante disse...

Olá jovem de toda e qualquer idade,

Apesar de ser um escritor 100% desconhecido por você (e talvez este ar de mistério aguce a sua curiosidade), se me conceder os próximos 5 minutos de seu tempo como leitor, isto poderá mudar de uma forma gratificante para nós dois.

Pelo que percebi, você gosta de postar textos interessantes em seu blog, sendo assim, somente peço que conheça as minhas pérolas textuais, e caso goste, divulgue-as em seu Blog.

Gosto de me apresentar como uma espécie de genérico do escritor Luis Fernando Veríssimo (também sou fã do Veríssimo), ou seja, autor diferente, mas com o mesmo princípio ativo: O HUMOR. Os textos são temperados com generosas pitadas humorísticas, para jovens dos oito aos oitenta anos e também de outras faixas etárias, que poderão ser saboreados até a última letra. Caso queira conhecer um pouco mais sobre meu trabalho como escritor basta acessar o site: Recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

Resolvi viajar pelos perfis deste imenso universo virtual chamado de BLOG, divulgando minha obra e conhecendo novas pessoas (virtualmente falando). Espero sua visita em meu perfil. Contatos pelo e-mail: abrasc@terra.com.br . Um grande abraço, tão grande quanto à distância entre nossos braços. ABC

P.S: Se eu já passei por aqui e deixei este recado me desculpe, mas foi pq acabei andando em círculos...

Anônimo disse...

Moça, Moça... Estou passando....

Tenho passado exato
nas ruas dessa cidade.
Um ano e meio.
Penso que nunca esteve claro
o que posso mastigar em ti, Vitória da Conquista...

O verde tornou-se-me aguado.
Enxovalhos me são dados ao
pescoço tenso; e a angústia que tive de tudo
me levou os planos da face

Até meus pés que andavam
de asas abertas - suspeitos de tocar outrora
o céu - vagueiam famintos tal pobre criança
perdida em dias de feira

Sob a fonte lisa o homem que se me ergue
- Sim! Para tocar o chão e ranger sob
os pés a farofa de pedras - se depara com
a feiura de um moço que pergunta:
"o que posso mastigar em ti?"

O que é um homem então senão um pássaro
que voa porque voa, sem razão para sonhar?!
Que coisas arderiam no chão real para que houvesse
aqui um motivo?! Eu ando, de vez que teimo em fazê-lo;
Eu ando porque de outro modo já teria ficado!

É isso que faz os pássaros, é isso que faz os peixes
e cavalos e leões. É também isso que faz os poemas.
Ora, Vítória da Conquista, isso também te faz:
Teus passos, tão secretos dentro em todos, não carecem
de uma única justificativa... Andemos, pois, então!


Até breve, Amélie

Roberto Ney disse...

você é incrível indhy...
que bela descrição da vida e da complexidade humana. acho que todo mundo tem um pouco de sua bailarina.

beijo grande!