Não estava escrito no horóscopo velho que eu li.
Nem nas palavras absurdas que a cigana me falou.
Nem nos devaneios mais loucos da amada avó.
Muito menos nos olhares lascivos que me lançavam.
Não estava escrito no meu livro da vida,
Que, como todos sabem, fica em um cantinho empoeirado do céu.
Não estava em minhas veias e eu sequer sentia.
Nunca apareceu em meus sonhos.
Talvez fez parte de mim em outra vida.
Ou participou das cenas do filme insano que criei pra mim.
Não estava nas páginas de jornais, nem no outdoor estragado pela água da chuva.
Nem no sorriso do menino que brincava com bolinhas de sabão na calçada.
Talvez eu sentisse nos acordes da música,
Porque na letra - também não estava.
Não estava nas minhas poesias,
Ainda,
Não estava.
3 comentários:
Há de termos sempre a sensação de que algo nos falta, porque só assim nos movemos (vivemos?) para querermos encontrá-lo(a).
E sobre aquilo que queria te dizer, é que sempre que venho aqui no blog não posso deixar de ler dois textos seus mais antigos: Imprevisto, visto e Sem saber. Não sei, mas nunca canso de lê-los. São de uma simplicidade incrível. Era isso!
E no texto com título "ausência", senti a ausência do elemento a que vc referia-se, não consegui nem imaginar do que mesmo vc estava falando. Texto lindo!!!! E senti sua ausência na peça desse final de semana tb. Bjão pra vc!!!!
Ai, Rafa, que lindo! E escrevo assim, sem falar de mim e sinto que me exponho tanto... Bom saber que gosta de meus textos simples. Voltei pra ler os que você citou, e me lembro de cada sentimento do dia em que escrevi. É isso, o que os olhos vêem e a pele sente às vezes se transforma em... texto.
Obrigada, de coração!
Postar um comentário