segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Descompassado

Eu quero viver,viver assim desesperadamente,
Sentir na boca o amargo da decepção,
O pulsar das veias,
O gosto da tua boca que me toma -
me faltam alguns sentidos.
Quero o correr do tempo nessa tal adrenalina que não pedi,
e andar, cantar e sofrer e doer, tudo ao mesmo tempo.

Quero o avesso.
Contrariar e cortar ao meio,
Mergulhar fundo,
Apesar de,
Apesar se,
Ou se assim fosse,
Queria que fosse,
Não é o meu jeito,
Foi assim, quero assim, assim eu gosto.

Correr.
Sinto uma apatia diante dos ponteiros do relógio -
Que se movem,
Agressivos,
Separando e unindo os corpos ao ritmo do tic tac.

Regressei.
Adeus de novo.
Num vai e vem de estação,
Meu corpo apenas se movia...
E eu ainda preferia olhar-te sob o sol quente que me ardia as costas.
E toda aquela terra vermelha,
E o céu do sertão onde nasci...

E no meio de miudezas e sutilezas,
No resfolegar de alguns minutos,
Ainda pude ver o mar.
Tivemos tempo ainda para uma última música.

Sinto que não durmo.
A madrugada indolente sucumbiu rápido.
Mas ora, veja essa: Ainda há tempo!
Nesses passos sem compasso,
Veja que o dia tem pressa,
Se acaba, logo cessa,
Mais uma vez a noite, para iluminar tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

O tempo é mesmo voraz, principalmente à noite...