Sorriu pra ela.
E guardou aquele sorriso por dias e dias,
Como se dele derramassem todos os sentimentos do mundo.
Era um riso que continha luz, continha paz,
Continha um pedaço daquela alma.
Era um riso de quem queria sorrir.
Um riso no escuro, quando a lua os observava de cima, e também sorria.
Um sorriso familiar, que vinha de alguém que não lhe sorria há muito.
E tinha uma música também familiar que tocava,
E estavam imersos em uma névoa de suaves acordes que se alternavam
com qualquer tom mais agressivo.
E depois do dia do riso restaram lembranças.
E lembrou-se deste e de outros risos,
em outras atmosferas que eram coloridas como circo,
Ou navegavam em uma nau a alto bordo.
Ela não saberia dizer se gostaria de ler esses versos.
Ela queria somente que também se lembrasse.
Dos acordes suaves,
Dos olhos que lhe sorriam,
Do sono que lhes embalou os sonhos.
E que lhe perdoasse o transcrever dos versos,
Que surgiam no inverno de uma tarde fria em data qualquer,
Onde o céu cinza tomava conta do dia,
Onde lhe faltava qualquer doce acorde, brisa de mar, embalo de sonhos ou cores de circo.
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