Gosto que penses que sou tua
E que me beijes a boca -
A louca.
Gosto do clarão da lua
Minha mão na tua e a sensação de pertença -
Descrença.
Gosto das quatro paredes,
Da brisa balançando a rede
De pôr meu batom vermelho, flor no cabelo, olhos de sol -
Girassol.
Gosto das minhas dúvidas,
Talvez mais das tuas
Sombrias e cruas
Entre meus gestos e jeito de não sei o quê.
Gosto do pecado, mal passado, mal tragado, invocado
Adrenalina, serotonina, ocitocina
Meu mundo que não está no seu.
Gosto do frio lá fora
Que vai embora, enquanto me deixo ser
A louca, que tu beijas a boca,
Sem merecer.
Gosto de não ser, assim, como parece ser.
Dos passos descalços na chuva,
Da mão que esconde a luva,
Da lágrima a perecer.
Gosto da aventura,
Absurdo,
Papel de parede,
Cores de cinema,
Poema.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Amargo
Traga-me um gole de vinho.
Melhor – beberei a garrafa inteira.
Quero mergulhar em um estado lépido
Capaz de aniquilar a angústia que me rasga o peito.
Vários papéis foram para o lixo.
Não poderia transparecer minha fraqueza em palavras.
De repente, seu silêncio me transportava ao desconhecido,
Onde não sabia quem eu era e nem o que eu queria.
Não, não queria falar ou pensar.
A minha tristeza nem mais chorava ou cantava,
Nem sei se sentia.
Só ouvia o ruído do ranger de dentes,
E o riso dos casais que passavam.
Sentia na boca um gosto amargo -
Odiava a sua ausência e o não saber das coisas.
É que tudo tinha um quê de desconhecido ou não aparente...
Gostava dos detalhes.
Fora alimentado com amor a cada dia,
Com pequenas doses de carinho e compaixão.
Restara a lembrança.
Do bilhete ao lado da cama ao acordar,
Do modo como lhe tocava a face,
Do cheiro do sabonete de um banho recém-tomado,
Dos cabelos ainda molhados, que vinham lhe acariciar o peito.
Detalhes do passado.
Agora olho o andar dos ponteiros do relógio e bebo.
Não, não funciona.
Mais um papel rasgado.
Sorrio, sinto o efeito do vinho.
O vento sopra-me os cabelos.
Algumas coisas não fazem mais sentido.
Melhor – beberei a garrafa inteira.
Quero mergulhar em um estado lépido
Capaz de aniquilar a angústia que me rasga o peito.
Vários papéis foram para o lixo.
Não poderia transparecer minha fraqueza em palavras.
De repente, seu silêncio me transportava ao desconhecido,
Onde não sabia quem eu era e nem o que eu queria.
Não, não queria falar ou pensar.
A minha tristeza nem mais chorava ou cantava,
Nem sei se sentia.
Só ouvia o ruído do ranger de dentes,
E o riso dos casais que passavam.
Sentia na boca um gosto amargo -
Odiava a sua ausência e o não saber das coisas.
É que tudo tinha um quê de desconhecido ou não aparente...
Gostava dos detalhes.
Fora alimentado com amor a cada dia,
Com pequenas doses de carinho e compaixão.
Restara a lembrança.
Do bilhete ao lado da cama ao acordar,
Do modo como lhe tocava a face,
Do cheiro do sabonete de um banho recém-tomado,
Dos cabelos ainda molhados, que vinham lhe acariciar o peito.
Detalhes do passado.
Agora olho o andar dos ponteiros do relógio e bebo.
Não, não funciona.
Mais um papel rasgado.
Sorrio, sinto o efeito do vinho.
O vento sopra-me os cabelos.
Algumas coisas não fazem mais sentido.
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